AS HORAS SELVAGENS
Quem não conhece o inesquecível?
Irresistível, o que não se arranca da cabeça!
Eu posso sentir os seus sonhos.
Estou perto de você.
São as horas selvagens.
A fúria e as sombras
Dão a primeira enxadada
E um ninho de cobras
Surge, de repente, sobre a terra!
Elas vêm das trevas
Trazem a morte e a doença.
É hora de morrer e olhar
E de ficar morrendo aos poucos.
Eu sinto dor e sofrimento,
Eu sinto, mas não vejo!
Eu posso sentir os seus sonhos.
Estou perto de você.
São as horas selvagens.
Posso sentir o que você está pensando.
Posso sentir o que você está querendo.
Posso sentir o que você está sentindo.
São as minhas horas selvagens!
Eu sinto, mas não vejo.
Sinto, mas não ouço.
Sentir é dentro do corpo inteiro,
De dentro para fora.
De dentro para fora.
Você não fica dominado, ninguém te doma!
Você não fica domado, ninguém te domina!
Mas é como se ficasse coberto
De dentro pra fora!
De dentro pra fora.
Eu posso sentir os seus sonhos.
Estou perto de você.
São as horas selvagens.
Posso sentir o que você está pensando.
Posso sentir o que você está querendo.
Posso sentir o que você está sentindo.
São as minhas horas selvagens!
A violência arrebenta
E eu estou ficando desesperado!
E eu falo Ossia Ossia Ossiam!
E as cobras insurgidas das trevas,
Os corvos insuflados pelas sombras
E os abutres emergidos da morte
Se transformam em pombas,
Negras pombas da paz.